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26/10/2011 14h23

30ª Oficina de Curitiba: a música antiga sob o comando de Rodolfo Richter

Rodolfo Richter

Os 30 anos da Oficina de Música de Curitiba, que serão completados em janeiro de 2012, prometem muitas novidades. Uma delas é a vinda do violinista Rodolfo Richter para dirigir o Núcleo de Música Antiga. Curitibano, Richter foi aluno das primeiras Oficinas e daqui partiu para uma carreira internacional. Vive há 14 anos em Londres, onde é professor da conceituada Royal College of Music. Solista e líder de diversas orquestras, tem se apresentado nas principais salas de concerto da Europa e Estados Unidos. Gravou muitos discos na sua especialidade: a música barroca.

“Com um talento indiscutível, nossa opção não poderia ser outra senão trazer de volta para a Oficina um músico que é de Curitiba e que vai poder contribuir com a sua vasta experiência em ensino e pesquisa da música antiga”, diz a diretora geral da Oficina de Música, Janete Andrade. Richter se diz surpreso com o convite mas, ao mesmo tempo, sente-se honrado em assumir essa responsabilidade. “O tamanho da Oficina de Curitiba é supre endente. É difícil encontrar fora do Brasil festivais com essa magnitude, que tenham essa diversidade de cursos e quantidade de concertos”, afirma.

O violinista conta que participou como aluno de cinco edições da Oficina, entre 1984 e 1988. “As Oficinas foram parte importante da minha formação, porque me deram oportunidade de ter contato com professores de alto nível. E o mais interessante: deram oportunidade de me apresentar. Um recitalista só começa a aprender o seu metiê no palco e ter tido a chance de fazer isso desde jovem foi uma experiência incrível”, diz. Para Richter, esse é um dos diferenciais da Oficina de Música de Curitiba.

Na sua estreia como diretor, Rodolfo Richter pretende abrir as portas do núcleo de música antiga para que qualquer músico interessado possa experimentar as nuances desse estilo. “O curso será aberto a qualquer músico, não precisa ter instrumento barroco para participar”, garante. Segundo ele, a música antiga será apresentada numa perspectiva diferente, em que serão valorizadas a percepção e a forma de interpretação. “Mesmo os músicos modernos não podem ignorar esse período. Os músicos dos séculos 20 e 21 vão buscar elementos nas fontes históricas e abordam a música do passado de uma forma diferente. Então, a música barroca não é exclusividade de quem tem um instrumento de época”, explica.

Junto com Rodolfo Richter, novos instrumentistas também vão compor a relação de professores do núcleo. Virão para a Oficina pela primeira vez o cravista e organista italiano Lorenzo Ghielmi para ministrar o curso de órgão, a flautista inglesa Rachel Brown, a violoncelista americana Phoebe Carrai e o tenor chileno Rodrigo del Pozo. De acordo com o novo diretor, esses professores terão suas turmas e trabalharão individualmente com seus alunos, mas os cursos estarão integrados, pois a ênfase será mesmo a música de câmara e a formação de uma orquestra barroca.

Rodolfo Richter – Antes de se estabelecer em Londres, Rodolfo Richter viveu durante seis anos nos Estados Unidos. Até conquistar o seu posto no Royal College of Music, Richter estudou com músicos consagrados e venceu importantes concursos. Estudou violino moderno com Klaus Wusthoff e Pinchas Zuckermann, composição com Hans Joachim Koellreutter e Pierre Boulez, e violino barroco com Monica Huggett na Royal Academy of Music.

Foi premiado no prestigiado concurso internacional de Early Music for Ensembles em Bruges (2000) e no Antonio Vivaldi Concurso Internacional de Violino (2001). Desde então tem sido convidado como solista e líder de diversas orquestras, incluindo Barokkanerne (Noruega), B'Rock (Bélgica), Harmonia Universalis (Brasil), Academia Montis Regalis (Itália), Hannover Band (Alemanha), St. James Baroque, The English Concert, Orchestra of de Age of the Enlightenment e Academy of Ancient Music (Inglaterra).

Rodolfo Richter apresentou-se em salas de prestígio como Wigmore Hall de Londres, o Concertgebow de Amsterdã, o Viena Konzerthaus, Chicago Orchestra Hall e o Alice Tuly Hall de Nova York.  Gravou discos para selos importantes como  Opus 111,  Channel Classics e Harmonia Mundi,  e realizou a primeira gravação integral das sonatas de Erlebach, para a Linn Records.