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21/01/2013 16h34

Chegou a hora da MPB

Orquestra À Base de Cordas com Luhli e Lucina / Foto: Alice Rodrigues

Daqui pra frente, o ritmo da Oficina de Música de Curitiba é outro. O show de abertura da Fase da Música Popular Brasileira (MPB), que aconteceu no Teatro Guaíra, ontem (20) à noite, marcou com todas as notas o gênero musical, que a partir de agora é foco de estudos dos cursos e dos concertos da programação do evento. A apresentação da Orquestra à Base de Corda com as cantoras Luhli e Lucina foi, no mínimo, fantástica e conseguiu sintetizar tudo o que representa a MPB.

O sucesso do concerto se deve boa parte ao maestro da Orquestra à Base de Corda, João Egashira, que convidou as cantoras e compositoras Luhli e Lucina – reveladas ainda na época dos famosos Festivais da Canção - para se apresentarem juntas no palco, depois de mais de dez anos. Por quase três décadas, elas trilharam uma carreira como dupla e são autoras de quase mil canções, muitas delas gravadas por artistas famosos como Ney Matogrosso, Nana Caymmi, Wanderleá e Frenéticas.

“Emoção é a palavra que resume esse show. Minha felicidade está multiplicada pela orquestra ter realizado essa apresentação com a Luhli e a Lucina, ícones da música brasileira. Esse show foi uma fusão do nosso trabalho com a energia e a afetividade delas. Juntas elas mostram uma combinação harmoniosa de vozes e alma”, explica João Egashira, também responsável pela seleção das 15 canções do programa. “Tivemos a participação especial de três artistas, a Luhli, a Lucina e a dupla Luhli & Lucina, que virou uma entidade”, definiu ele.

O show contemplou, na primeira parte, composições da carreira solo de cada uma das artistas, com arranjos inovadores feitos pela Orquestra à Base de Corda. De presença mais suave, Lucina cantou “A Música em Mim” e a engraçada “Tomzé”, feita em parceria com a cantora Zélia Duncan. Ela animou a plateia com a execução de “Música na Feira” e “Maria Pode Crer”, que ganharam o balanço do xote e do samba, respectivamente.

Luhli, por sua vez, trouxe uma performance bem expressiva e uma bagagem artística cheia de sonoridades e influências do samba, baião, bossa nova e da música afro. Assim, ela apresentou “2000 Janeiros”, “Vó de Açúcar”, “Misturada Cabana” e a famosa “Fala”, que já foi gravada por mais de 30 artistas brasileiros. “Quando eu compus essa canção, há 40 anos, muitos de vocês aqui eram só uma poeira cósmica”, brincou Luhli com a plateia.

Reencontro – Na segunda parte do concerto, houve o aguardado reencontro da dupla Luhli & Lucina no palco do Teatro Guaíra. A parceria das vozes presenteou o público com muita emoção nas canções “Êta Nóis”, “Deu Flor”, “Numa Rede”, “E Foi”, “Viola de Prata” e “Bandoleiro”. “Nós continuamos amigas e parceiras, mas estamos cada uma seguindo sua carreira. Não esperávamos esse reencontro, ainda mais dentro de um festival consagrado como é a Oficina de Música de Curitiba”, revelou Lucina.

“De fato, a dupla que formamos, vestidas com aquelas vestimentas e tocando tambores não existe mais. Ficou na nossa história. O que existe são duas artistas, agora já velhas, com mil parcerias, que encontraramuma oportunidade de revisitar as suas composições”, esclarece Luhli.

“Esse momento só chegou para nós pelas mãos do João Egashira que redescobriu nossa música e fez novos arranjos incríveis com a orquestra para a gente cantar juntas novamente. Foi um grande prazer viver tudo isso”, concluiu Luhli, dizendo que gostaria de voltar ao evento participando dos cursos da Oficina. “É uma pena que não exista no Brasil mais festivais como este, amplo e que abrange todos os gêneros musicais”.

Documentário – O concerto da abertura daFase MPB da 31ª Oficina de Música de Curitiba foi filmado para um documentário sobre a carreira da dupla Luhli e Lucina.  O cineasta Rafael Saar iniciou a produção do filme em 2010, resgatando imagens e informações sobre a carreira da dupla,uma co-produção entre a Tela Brasilis, Imagem-Tempo e Dilúvio, com patrocínio da Riofilme e do Canal Brasil. O reencontro das artistas no palco do Teatro Guaíra era o que faltava para concluir o documentário com chave de ouro.


A 31ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural e Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal, com o patrocínio da Petrobras e da Sanepar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A 31ª edição conta ainda com o apoio cultural das seguintes instituições: Ano Brasil Portugal, Casa da Música de Portugal, Centro Cultural Teatro Guaíra, Conservatório de Lyon, Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Faculdade de Artes do Paraná, Família Farinha, Goethe-Institut Curitiba, Jasmine Alimentos, Musicamera Produções, Orquestra Filarmônica de São Petesburgo, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Paraná, Rádio e Televisão Educativa do Paraná – É-Paraná, Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Mais informações sobre a 31ª Oficina de Música de Curitiba nos sites: 
www.oficinademusica.org.br
www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br
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