Palestras Ilustradas resgatam a história da música popular brasileira
A melhor forma de absorver o conhecimento é colocá-lo em prática. Sem dúvidas. Por isso, o curso Palestras Ilustradas, ministrado pelo pianista Amilton Godoy, na 31ª Oficina de Música de Curitiba, possibilita uma imersão na história da música popular brasileira. Enquanto o professor apresenta o conteúdo e a teoria, cada fase e momento destacado da MPB são representados no piano, em canções. Muitas canções.
Só na tarde de ontem, na Capela Santa Maria Espaço Cultural, onde o curso acontece, Amilton Godoy tocou dezenas de músicas e suítes que fez com composições da Bossa Nova. Um reforço para os estudos e um deleite para os ouvidos dos alunos. Durante duas horas, ele passeou pelo movimento de renovação da música brasileira: Antônio Carlos Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Johny Alf, Newton Mendonça, Ary Barroso, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli e Carlos Lyra.
Tom Jobim, aliás, ganhou atenção especial. “Ele é o ponto de partida para a palestra de hoje que vamos falar da influência da música erudita na música popular. E Jobim fez isso com qualidade e sofisticação. Se você conseguir tocar o que ele propôs já é muito bom, porque é muito difícil de melhorar o que ele fez”, explicou o pianista, dizendo que o maestro superou uma dificuldade que tinha no polegar para tocar as oitavas no piano, desenvolvendo o seu talento como compositor.
“Ele compôs sua primeira música aos 16 anos, Valsa Sentimental – Imagina. E foi na música erudita que buscou inspiração, como nos prelúdios de Chopin, de Scriabin. Ele tinha a capacidade de pegar uma obra de arte para fazer outra”, detalha Amilton Godoy, mostrando o que há de similar entre um Prelúdio de Chopin e Insensatez, de Tom Jobim, por exemplo.
De acordo com Godoy, a proposta das Palestras Ilustradas é compartilhar a bagagem de conhecimento que ele adquiriu ao longo da carreira e sua experiência também como ator da história da música popular brasileira. “Ao mostrar minha visão do processo, acredito que posso favorecer as pessoas. A gente não pode dar talento para ninguém. Mas você abrevia o tempo que as pessoas levariam para descobrir as coisas, repassando informações, orientando”, acredita.
No conteúdo do curso, que termina na próxima sexta-feira (25), estão previstas palestras sobre a vida e obra de Villa-Lobos, música instrumental e Zimbo Trio, O Fino da Bossa (festivais e novos compositores) e ainda Piano Solo, quando Godoy vai apresentar álbuns publicados por ele mesmo.
“A profissão de músico pode ser uma coisa muito boa, desde que você não seja só um leitor de partituras. Precisa ser versátil. Se você conseguir fazer um arranjo, ótimo também pode ser um arranjador. Se consegue reger, poderá ser um regente e se é capaz de improvisar, terá muitas solicitações na área que exerce, vão lembrar de você mais vezes”, ensina ele.
A 31ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural e Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal, com o patrocínio da Petrobras e da Sanepar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A 31ª edição conta ainda com o apoio cultural das seguintes instituições: Ano Brasil Portugal, Casa da Música de Portugal, Centro Cultural Teatro Guaíra, Conservatório de Lyon, Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Faculdade de Artes do Paraná, Família Farinha, Goethe-Institut Curitiba, Jasmine Alimentos, Musicamera Produções, Orquestra Filarmônica de São Petesburgo, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Paraná, Rádio e Televisão Educativa do Paraná – É-Paraná, Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Mais informações sobre a 31ª Oficina de Música de Curitiba nos sites:
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