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28/01/2013 16h12

O que é a música de Jaime Alem?

Foto: Alice Rodrigues

Não bastasse o currículo do músico, compositor, arranjador e diretor musical paulista Jaime Alem, o título do curso ministrado por ele, na Fase da Música Popular Brasileira da 31ª Oficina de Música de Curitiba, aguçou a curiosidade de muita gente. “A música de Jaime Alem” foi um dos cursos que tiveram grande procura na programação pedagógica do evento e as vagas esgotadas. Nada mais adequado, então, que os próprios alunos definam o que é o universo musical de Jaime Alem. 

“Ele é um músico autodidata que desenvolveu a carreira como arranjador da Maria Bethânia, com quem trabalha há mais de 30 anos. Ele nos ensinou a criar arranjos de uma forma diferente, sem recurso algum, apenas escutando a música. O Jaime Alem desmistificou o trabalho de arranjador, o que parecia algo tão distante, e quando me dei conta já estava fazendo arranjos. Ele tornou esse sonho possível” relatou a cantora Daniele Souza, que participou de quatro cursos da Oficina.

 “A música dele é a confluência de experiências como arranjador e diretor musical. Trabalhamos estruturas da música para compormos melodias em cima de canções já existentes. Os alunos apresentaram arranjos, cada um no seu instrumento e ficou muito bom. Ele é um professor fantástico”, disse o clarinetista uruguaio Emiliano Pereira. “Chega um momento da profissão que é preciso ir além, aprender a fazer arranjos, tentar compor. Esse curso foi um divisor de águas para mim”, acrescentou Emiliano.

Para alguns alunos, como a violonista carioca Andréa Carneiro, o trabalho de Jaime Alem acerca da viola caipira foi o grande estímulo para participar do curso. “É claro que a experiência dele como arranjador e diretor musical da Maria Bethânia já era o suficiente. Mas o meu foco principal era absorver um pouco da pesquisa que ele fez para produzir o CD Dez Cordas no Brasil, seu primeiro trabalho solo como compositor”, contou Andréa.

 Versatilidade– Os alunos acertaram. De fato, o objetivo era apresentar toda a bagagem profissional de Jaime Alem. “O nome do curso ficou assim por pura falta de criatividade mesmo. A ideia era que eu falasse dos vários aspectos do meu trabalho e assim pudesse contribuir com os estudos dos alunos”, explicou.

O curso reuniu toda a versatilidade do trabalho de Jaime Alem: produção de roteiros de shows, direção em estúdio de gravação e nos palcos, contratação de músicos, além do trabalho para adaptar textos da Literatura para Maria Bethânia. “Nesse caso, mostrei para eles que não é a técnica que predomina na hora de encaixar as músicas nos textos, mas as dinâmicas, o sincronismo e as texturas. Muitas vezes, no show da Bethânia não existe um tempo para intervalo”, detalhou.

Para praticar, Jaime Alem dirigiu a turma em diversos exercícios ligados a criação coletiva, seja para compor música em cima de um texto de Pablo Neruda, ou para tocar os arranjos criados pelos próprios alunos. “Também mostrei para eles minhas próprias composições que estão no CD que gravei sobre viola caipira. Desse trabalho surgiram vários prolongamentos, como o pedido da orquestra de São José dos Campos para que eu colocasse as composições no contexto da sinfônica, tendo a viola como solista. Daí surgiu a suíte Caboclinha. O CD também já ganhou uma versão para sexteto”, informou.

 “É muito importante ressaltar o que acontece aqui na Oficina de Música. Trata-se de um grande encontro de bons músicos e muita gente interessada em música. A cidade fica feliz por fazer a Oficina. Esse evento congrega pessoas e pensamentos musicais diferentes, para que se discuta a música e para que cada um descubra suas limitações e seja motivado a seguir adiante. Chego a me emocionar com isso”, revelou. “Curitiba é verdadeiramente a capital da Cultura. O Rio de Janeiro precisa saber disto”, brincou Jaime Alem.



31ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural e Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal, com o patrocínio da Petrobras e da Sanepar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A 31ª edição conta ainda com o apoio cultural das seguintes instituições: Ano Brasil Portugal, Casa da Música de Portugal, Centro Cultural Teatro Guaíra, Conservatório de Lyon, Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Faculdade de Artes do Paraná, Família Farinha, Goethe-Institut Curitiba, Jasmine Alimentos, Musicamera Produções, Orquestra Filarmônica de São Petesburgo, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Paraná, Rádio e Televisão Educativa do Paraná – E-Paraná, Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Mais informações sobre a 31ª Oficina de Música de Curitiba nos sites:
www.oficinademusica.org.br
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