Pagode Jazz Sardinha’s Club balançou o Teatro Guaíra no encerramento da Oficina de Música
Foi difícil o público se segurar na cadeira diante de tanto suingue e molejo do grupo instrumental carioca Pagode Jazz Sardinha’s Club, ontem (29) à noite, no Teatro Guaíra. Ficar parado, então, nem pensar. Todo mundo deu um jeitinho de entrar no ritmo da música, mexendo a cabeça ou os ombros, batendo palmas. O concerto de encerramento da 31ª Oficina de Música de Curitiba empolgou a plateia, que levantou para terminar o show de pé e dançar embalada pela banda, que fez um tributo à miscelânea cultural brasileira.
“Os músicos apresentaram uma qualidade técnica impressionante. Trouxeram uma MPB renovada, uma fusão de tudo, chorinho, jazz, samba, música latina”, disse a cantora Cris Lemos. “Sou fã da Oficina e todos os concertos foram maravilhosos. Os shows da Fase da MPB são muito legais porque nos apresentam o que há de mais legal no Lado B da MPB. É a música feita por quem tem competência”, acrescentou ela.
Para o músico catarinense Rodrigo Pereira, que participou de três cursos da Fase MPB da Oficina, o evento foi encerrado com chave de ouro. “O concerto foi demais, a curadoria fez a escolha certa. A performance do grupo foi impressionante, o virtuosismo dos músicos, a parte técnica e até a iluminação, tudo muito profissional”, elogiou Rodrigo.
O maestro Sérgio Albach, um dos diretores artísticos da Fase da MPB, disse que é sempre um desafio escolher os artistas para o show final. “É bem difícil decidir quem vamos trazer para este momento, mas acho que a gente tem acertado. Sempre estamos pesquisando para saber o que está acontecendo de legal. Nas edições passadas trouxemos o Hermeto Pascoal, a Banda Mantiqueira e o Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz”, lembrou.
“A ideia é trazer músicos que também possam participar da Oficina como professores. E foi o que aconteceu desta vez com quatro integrantes do Pagode Jazz Sardinha’s Club. O percussionista Marcos Esgulebach é alucinante. Não há artista do samba que ainda não tenha tocado com ele. Ele já gravou com Zeca Pagodinho, Alcione”, informou Albach.
Sardinha’s Club – Durante o show, o músico Rodrigo Lessa (bandolim e bandarra) explicou a origem do nome curioso que batizou a banda. “A música que pariu o grupo é essa que vamos tocar agora, Pagode Jazz Sardinha’s Club. Ela reúne um conjunto de sonoridades e linguagens que representava a música que a gente queria fazer. Há 15 anos estamos tocando juntos e felizes”, revelou ele.
O baterista Xande Figueiredo ajudou a definir essa mistura de ritmos que o Sardinha’s Club apresentou no palco. “Nossa música é uma mistura de muitos instrumentos e ritmos, o jazz com o pagode, o jongo, o samba, o reggae, o funk, o hip hop e a música afro. Cada músico colabora com o que faz de melhor. O mais legal é que praticamente todas as músicas que tocamos são autorais”, explicou ele, que ministrou o curso de Bateria e Percussão Café com Leite, ao lado de Marcos Esgulebach.
No concerto, o grupo apresentou composições do último CD, Cidade Mestiça, como À Queima Roupa, Índia/ Branca, Praia do Pinto, El Suinguer, Salsixe e Pedra Verde. Na execução da envolvente Na Glória, o Sardinha’s Club arrancou gritos e assovios do público, principalmente, durante a performance de Eduardo Neves que ora fazia referência ao jazz com o saxofone, ora trazia com a flauta elementos do Choro.
Já de pé, a plateia dançou Criola e Baixo Ventre, ambas com referências a música afro e ao samba. “A gente precisa pontuar o quanto este evento é fundamental para a música no Brasil e na América Latina, já é uma festa sagrada. Tocar e ensinar música aqui é uma honra. Quero voltar no próximo ano, tenho muitas ideias para um novo curso de percussão”, revelou Marcos Esgulebach. “Agora que a Oficina acabou, ficou um gostinho de quero mais, concorda”, concluiu ele.
Para realizar a Oficina de Música, a Prefeitura e a Fundação Cultural de Curitiba contam com patrocínio do Ministério da Cultura, Petrobras, Sanepar e Copel. Além disso, têm os seguintes apoios: Air France, Centro Cultural Teatro Guaíra, Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Escritório do Quebec, FAP – Faculdade de Artes do Paraná, Família Farinha, Goethe-Institut Curitiba, ICAC – Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR, Rádio e Televisão Educativa do Paraná E-Paraná, Polloshop, SEEC -Secretaria de Estado da Cultura, SESC da Esquina, SESC Paraná, SESC Paço da Liberdade, UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Também contam com o apoio do Projeto Conta Cultura e do Governo do Estado do Paraná.
Mais informações sobre a 31ª Oficina de Música de Curitiba nos sites:
www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br
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