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23/01/2013 18h23

O pop existencialista de Leo Cavalcanti

Foto: Alice Rodrigues

 

Há três anos, o compositor paulista Leo Cavalcanti lançava Religar, seu primeiro disco. Elogiado pela crítica, o álbum transita por diversos gêneros musicais e mistura inusitadas melodias a letras de teor existencialista. Depois de divulgar o trabalho por todo o território nacional e ser considerado um expoente da nova música brasileira, Leo desembarcou em Curitiba nessa terça-feira (22) para apresentar este que seria o penúltimo show de sua turnê, e a 11ª atração do Projeto Radar - A nova música brasileira nos 40 anos do Teatro Paiol. 
 
Sem sapatos, com um figurino brilhante e certa timidez, Leo subiu ao palco acompanhado dos músicos Decio Cecci (bateria), Marcelo Dworecki (baixo) e Guilherme Held (guitarra). Para quebrar o gelo, confessou ansiedade por aquele momento, e elogiou o espaço. “É a primeira vez que venho a Curitiba. Gostaria de ter vindo antes, mas as circunstâncias impediram. Esse teatro parece uma taverna medieval, é muito bonito”, disse. Sua timidez, no entanto, só desapareceu depois da romântica Inalcançável Você, primeira canção do show. Soltando a voz, Leo assumiu uma faceta expansiva. 
 
As músicas de Religar são, em sua maioria, inquietações sobre a natureza humana, embaladas por sonoridades que passeiam por ritmos como o pop, o soul, o jazz, a música eletrônica e o cancioneiro brasileiro. Utilizando versos de Fernando Pessoa e Frederico Garcia Lorca, filmes de Glauber Rocha, religião e filosofia oriental, Leo questiona modos de amar, de querer e de agir. 
 
Sua performance no palco, bastante espontânea e impactante, evidencia essas construções. Impossível ser um espectador passível, sair ileso quando se presta atenção em letras como a de Ouvidos Ao Mistério, uma das últimas canções apresentadas em Curitiba: “Se você pensa que sabe tudo / Que tudo o que percebe é real / Talvez lhe falte entender que o mundo / É bem maior que o seu ideal”.
 
Religar, enfim, é um registro musical das insatisfações e crises de valores que permeiam a contemporaneidade. No Paiol, a identificação do público foi geral. 
 
 
A 31ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural e Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal, com o patrocínio da Petrobras e da Sanepar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A 31ª edição conta ainda com o apoio cultural das seguintes instituições: Ano Brasil Portugal, Casa da Música de Portugal, Centro Cultural Teatro Guaíra, Conservatório de Lyon, Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Faculdade de Artes do Paraná, Família Farinha, Goethe-Institut Curitiba, Jasmine Alimentos, Musicamera Produções, Orquestra Filarmônica de São Petesburgo, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Paraná, Rádio e Televisão Educativa do Paraná – É-Paraná, Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
 
Mais informações sobre a 31ª Oficina de Música de Curitiba nos sites: